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Médico Particular

Hoje em dia a especialidade “Médico de Família” está praticamente extinta. O Dr. Dráuzio Varela diz que “há pessoas mais velhas que morrem de saudade do médico de família. Contam, com nostalgia, que ele visitava os doentes em casa, ouvia suas queixas, medicava-os e fazia as recomendações necessárias. Depois, tranquilizava os familiares na sala, ouvia suas confidências, dava conselhos. Quando ouço exaltar as qualidades humanitárias dos antigos médicos de família, sinto respeito por eles”.


É verdade. Antes da chegada dos convênios a medicina era praticada por um médico da família, normalmente um generalista, que escutava calmamente o paciente, seus familiares, colhia detalhes de sua história de vida, seus hábitos, procedia aos exames físicos e só depois estabelecia o diagnóstico e o tratamento, ou o encaminhava ao especialista adequado à sua necessidade, sem antes deixar de avaliar, aprovar e acompanhar a conduta proposta pelo especialista em questão. Era uma relação de confiança, de cuidado e solidariedade perante o sofrimento humano.


Quantos médicos você conhece hoje que ainda atuam desta maneira, sem emprego, vivendo de seu próprio consultório e atendendo seus pacientes em casa quando necessário ou chamados? Assim somos nós, os médicos de família. Sinto-me honrado e orgulhoso por pertencer à esta classe.


Os convênios disponibilizam aos seus clientes verdadeiros catálogos de especialistas, e isso os induz a escolher, sem orientação, a especialidade médica de acordo com a dor ou desconforto que sentem. Assim, são submetidos a consultas que muitas vezes não ultrapassam três minutos, e saem do consultório com uma enorme lista de exames, que do agendamento até a apresentação ao médico leva um tempo precioso, que pode comprometer seriamente o mal físico que está se manifestando. Não raro o médico que pediu a primeira batelada de exames encaminha o paciente para outro especialista. Uma verdadeira peregrinação desnecessária.


Desde cedo em minha profissão aprendi que para poder ajudar de fato meus pacientes eu preciso atendê-los sem pressa, ouvi-los atentamente e examiná-los com critério. Ao médico de convênio isto quase nunca é possível, e não é por culpa deles; os convênios lhes pagam R$ 30,00 em média por consulta, e isso força-os a marcarem um grande número de consultas num mesmo dia. Só assim é possível receberem dinheiro suficiente para pagar seus custos e obterem algum lucro para poder viver de sua profissão.


Por isso sou um médico particular!


Não contrário a tudo isso lembro que é prudente, e até mesmo indispensável, ter um plano de saúde. Ele pode não ser totalmente adequado para que você tenha acesso a consultas médicas de qualidade, mas é fundamental para custear seus exames e eventuais internações hospitalares.


Não se esqueça: Qualquer pessoa rica doente trocaria de lugar com um humilde saudável. Sem saúde não somos nada e não temos nada. É impossível ser feliz sem uma vida saudável.

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